Zé Manoel se confirma grande artista na amplitude sonora do álbum ‘Coral’

  • 17/09/2024
(Foto: Reprodução)
Capa do álbum ‘Coral’, de Zé Manoel Wendel Assis com direção artística de Gil Alves e design de Thaís Amorim ♫ OPINIÃO SOBRE DISCO Título: Coral Artista: Zé Manoel Cotação: ★ ★ ★ ★ ★ ♪ Silenciado em grande parte da imprensa musical pelo já previsível barulho do Rock in Rio 2024, festival carioca que absorve atenções e espaços da mídia especializada em todo o Brasil, o quinto álbum de Zé Manoel, Coral, é joia moderna do mais alto quilate. Basta ouvir Golden, primeira das 11 faixas do disco lançado em 10 de setembro e produzido por Bruno Morais, para se inebriar com a orquestração e o groove exuberantes dessa parceria do cantor, compositor e pianista pernambucano com Gabriela Riley. Golden reluz sem perder o brilho ao longo dos cinco minutos e meio de duração do fonograma. Sem repetir a fórmula do também estupendo álbum antecessor Do meu coração nu (2020), Zé Manoel apresenta disco pautado pela sofisticação. Canção de amor para Johnny Alf parece levitar em sintonia com o som visionário do pianista carioca que abriu alas harmônicas para a revolução bossa nova ao longo da década de 1950. Música composta e gravada por Zé Manoel com Alessandra Leão, Iyá Mesan se assenta firme sobre solo afro-brasileiro sem quebrar a delicadeza de disco que parece favorecer o canto do artista, marcado por certa opacidade, impressão reiterada pelo registro vocal da canção em inglês Above the sky (Zé Manoel, Bruno Capinan e Bruno Morais). A luz geralmente entra suave pelo álbum Coral, como no interlúdio Lubi Prates, tema batizado com o nome da poeta parceira de Zé Manoel na autoria da faixa recitada por Luedji Luna. Expressiva artista baiana, Luedji se junta ao anfitrião no canto sublime de Malaika, tema tradicional do folclore da Tanzânia gravado em 1971 pela cantora africana Miriam Makeba (1932 – 2018) e ouvido no álbum Coral em versão em português escrita por Arthur Nogueira em parceria com o próprio Zé Manoel. A ancestralidade africana entranhada em Malaika também resplandece, tingida pela brasilidade indígena, na cadência dançante de Menina preta de cocar (Zé Manoel). Antes, o disco apresenta a maviosa balada Deságuo para emergir (Zé Manoel com letra de Liniker) e o interlúdio Piano fun, gravado com Bruno Morais, parceiro do pianista no tema. Coral, a linda música-título, abre trilha densa e climática ao fim do disco em gravação produzida com a adesão de Luisão Pereira (1968 – 2024). Contudo, no fecho, Siriri – adaptação livre de Siriri sirirá (1962), música do compositor pernambucano Onildo Almeida apresentada ao Brasil na voz da cantora conterrânea Marinês (1935 – 2007) – revolve raízes musicais do estado de Pernambuco, em conexão com a referência ao caboclinho feita na já mencionada Menina preta de cocar. Só que Zé Manoel revolve raízes com antenas que captam o tempo presente em movimento que, sem ranços de nostalgia, imprime tons atuais em Coral, álbum que confirma a amplitude da obra de José Manoel de Carvalho Neto, grande nome da cena musical brasileira do século XXI.

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2024/09/17/ze-manoel-se-confirma-grande-artista-na-amplitude-sonora-do-album-coral.ghtml


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